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sábado, 17 de setembro de 2011

Assinando um contrato com o Palmeiras

De fevereiro para cá, a gestão Tirone contratou 27 jogadores, entre o time de cima, time B e categorias de base. Há desde coisas muito boas, como Henrique, até absurdos indesculpáveis, como o volante Elizeu. Vamos a um resumo de cada caso.
TIME PRINCIPAL
Maikon Leite, Henrique, Gerley, Fernandão, Ricardo Bueno e Paulo Henrique. Todos são conhecidos dos leitores do Verdazzo, exceto Paulo Henrique, que nunca entrou em campo. O lateral, de 22 anos, veio do Paraná por indicação do empresário José Luiz Galante, velho conhecido desde os tempos em que o diretor de futebol era Mario Gianinni. Com a saída de Belluzzo/Cipullo, o agente chegou chegando, e já emplacou este lateral-direito no Palmeiras. Felipão não pediu, e não o escala nem para o banco. Funciona como um recado na porta: “empresários, sumam daqui”.
TIME B / BASE
Ainda em fevereiro, logo de cara, chegou ao Palmeiras o volante Elizeu. Também é obra de José Luiz Galante. Saiu fugido do Sport Recife, para acertar com o Inter “B”, de onde rapidamente foi dispensado. Passou pelo Botafogo, onde foi chamado pelos torcedores do clube carioca como ‘o pior volante do mundo’. Com todas essas credenciais, o Palmeiras abriu suas portas para o rapaz. Tem 22 anos e jamais entrou em campo nem pelo Palmeiras B. O contrato vai até dezembro de 2012, e ele segue, feliz, disputando animados torneis de bobinho em Guarulhos.
Em março, chegou o atacante Luca, de 17 anos. Tem como atributo mais conhecido ser filho do jornalista Eduardo Savóia. Chegou também o zagueiro Douglas, de 18 anos, que integra o time B, mas ainda não entrou em campo.
Em abril, chegou o atleta Guilherme Almeida. Tem 18 anos, está jogando o Paulista sub-20, e já fez um gol.
Em maio, uma baciada. Inscrito no Paulista sub-20 está o atleta Filipe, de 18 anos. Vieram no mesmo mês  Tony, João Paulo e  André, de 18 anos, e Piazinho (ou Felipe Henrique), de 17. Tony, atacante, vem ganhando algumas chances no Paulista sub-20.
Se em junho não veio ninguém, em julho foi uma festa. Nove jogadores assinaram contrato profissional com o clube, a saber: Hugo Ragelli, fez 16 anos e assinou seu primeiro contrato. O garoto teve ótimo desempenho nas divisões inferiores. Renato, atacante de 17 anos; Vinicius Isepon, zagueiro de 18 anos, e Bruno Gabriel, de 19, também ganharam contratos. Destes, este último, já com idade avançada, precisa ser realmente muito bom para justificar um contrato de 16 meses.
Querem mais? Em agosto, dois jogadores de 22 anos foram contratados: Bruno Rodrigues, atacante; e Érico – não consegui vê-lo em campo, e ninguém soube me informar em que posição joga o rapaz. E por fim, em setembro, um jogador que completa 20 anos em janeiro, Renato Santos, além de outro lateral-esquerdo, Mario, de 18 anos.
Não podemos nos esquecer da baciada que veio no início do ano com o técnico Ladeira, que veio do SCCP e trouxe com ele seis jogadores, já dispensados. Fizeram uma boquinha de alguns meses no Palmeiras o volante André Lamas, 22; os zagueiros Rafael (21) e Nando (20), o volante Leandro Novais (23) e o atacante Marcelo Fernandes (20). Mas essa turma é responsabilidade de Palaia e Pescarmona, ainda no final da gestão anterior – a César o que é de César.
Além desses, e além dos dispensados pelo time de cima, deixaram o Palmeiras em 2011 doze atletas das categorias de base, que tiveram seus contratos encerrados e o clube não teve interesse em renovar. Dois deles mostravam bom potencial e devem ser questionados: os meias Railson e Francinei – este último, destaque nas últimas competições do time sub-20, tinha contrato até o fim de 2012 mas rescindiu, e foi para o Corinthians de Alagoas, clube que consegue encaixar seus jogadores com facilidade em times europeus – como Pepe, que hoje está no Real Madrid. Cheiro de ponte no ar – resta saber o que o Palmeiras ganhou com isso, e por que não fez valer o contrato.
***
Todas as transações que não têm relação com o time de cima, que ficam a cargo de Felipão, devem ser analisadas com muita atenção, e a pessoa a ser cobrada é o diretor Jair Jussio. É ele quem tem que responder por que aplicou recursos em reforços acima de 20 anos, para o time B; é ele quem tem que responder sobre o absurdo caso do volante Elizeu; é ele que tem que explicar por que os meias Railson e principalmente Francinei já não fazem mais parte do elenco do Palmeiras. Aliás, meia-armador é uma posição que está sobrando no elenco do time de cima, não é verdade?
O presidente Tirone também já pode começara pensar a respeito das decisões que tomaram por ele no início da gestão. O coordenador Claudinei Muza vem fazendo seu trabalho, à moda antiga, desprezando toda a metodologia desenvolvida nos dois anos anteriores por Marcos Biasotto, demitido sob a desculpa de corte de custos. Os resultados dos times da base, expressivos na gestão anterior, hoje não animam ninguém. Não há resultados, nem evolução. O time de cima precisa de alternativas, e não tem ninguém nem perto de estar pronto. Mas as contratações para o time B, essas continuam de vento em popa.

domingo, 11 de setembro de 2011

Grupos de sócios apóiam Felipão na Academia

O Fanfulla e a Pró-Palmeiras, dois grupos de associados do clube que vem demonstrando muitas afinidades e caminhando de forma cada vez mais próxima, protagonizaram na manhã deste sábado um ato de palestrinidade única. Cansados de verem notícias sendo plantadas na mídia pelas tais ratazanas, conselheiros cuja única preocupação são bombardear o ambiente para que cargos fiquem à disposição, os grupos organizaram manifestação em frente à Academia de Futebol, onde estenderam faixas de apoio a Felipão. Informado do que acontecia do lado de fora, Felipão pediu que chamassem representantes dos grupos, e os recebeu à beira do gramado para uma conversa. Os conselheiros do Fanfulla Antonio do Rosário e Jota Christianini, e o associado Paulo Estêvão, da Pró-Palmeiras, levaram ao treinador o apoio que ele vem tanto precisando nos últimos dias.
Na semana passada, aproveitando-se do fato do time ter sido perdido para o Botafogo no Rio de Janeiro, foi estendida de forma anônima uma faixa em frente à Academia, pedindo a saída do treinador. Funcionários garantem ter sido obra do conselheiro Mauro Marques. Considerado a ratazana-mãe dentre todas que infestam o ambiente de treinamento do clube, Marques, vice-presidente da FPF, sonha com o cargo de diretor de futebol há muito tempo, e tem o apoio, ora vejam, de Felipão.
Ninguém entende, mas o vice da FPF caiu nas graças de nosso treinador. Convencido que Roberto Frizzo é a origem de todos os males, Felipão adoraria que Marques, íntimo de Mustafá e Marco Polo Del Nero, fosse alçado ao cargo. Mas ignora – ou se recusa a acreditar – ser o conselheiro o autor de vários ataques ao ambiente, e de constantes vazamentos de informações à imprensa. Há testemunhos de que isso ocorre desde a gestão Belluzzo, quando Marques queria derrubar Cipullo.
Felipão está sendo iludido. Ele tem todo o apoio dos torcedores, e a magnífica atitude dos grupos Fanfulla e Pró-Palmeiras esta manhã corrobora com essa tendência. Ele erra pontualmente em escalações ou substituições, como qualquer técnico em qualquer clube. Na contrapartida, sua experiência, suas atitudes no trato com empresários que tentam enxertar nosso elenco com lixos, e sua forma pessoal de lidar com a imprensa compensam de longe quaisquer equívocos. Mas precisa abrir os olhos. Quando Gilto Avalone declarou abertamente ser o X9, ninguém entendeu. Agora parece claro: ele chamou o foco para si, para deixar o aliado com salvo-conduto.
O presidente Arnaldo Tirone demonstra ter receio de barrar a entrada de Mauro Marques na Academia de Futebol exatamente pela predileção que o conselheiro despertou em Felipão. Resta ao Palmeiras de alguma forma fazer essa máscara cair, e mostrar a Felipão que ele está se cercando de pessoas erradas, e assim extirpar esse conselheiro, de atitudes tão nocivas à instituição, do convívio no dia-a-dia com os atletas e comissão técnica. Quando isso acontecer, será notória a queda de notinhas plantadas na imprensa tumultuando nosso ambiente. Com paz para trabalhar, é bem menos provável que percamos penais aos 46 do segundo tempo. Uma coisa leva a outra.
Vejam abaixo imagens da manifestação desta manhã na Academia de Futebol.
Jota Christianini, Paulo Estêvão e Toninho do Rosário sendo recebidos pelo comandante

sábado, 10 de setembro de 2011

Brutal diferença

O novo patrocinador do Small Club evidencia o que nunca foi novidade para ninguém: há uma brutal diferença entre as camisas dos dois maiores rivais da capital paulista…

Felipão oferece opção de contrato sem multa rescisória ao Palmeiras

Técnico diz ter assinado documento que dá oportunidade ao presidente Tirone de demiti-lo sem ônus, mas diretoria recusa e fala em projeto longo

Por Diego Ribeiro São Paulo
Felipão visita obras na Arena Palestra (Foto: Marcos Ribolli/Globoesporte.com) Na semana passada, dizendo estar de “saco cheio”, o técnico Luiz Felipe Scolari disse que abriria mão da multa rescisória prevista em seu contrato para o caso de demissão do Palmeiras. E ele deu um passo nessa direção ao afirmar que enviou ao presidente Arnaldo Tirone um documento assinado que comprova sua intenção de descartar tal multa. No entanto, Tirone já rechaçou a possibilidade de tirar o valor do acordo.
- Eu e Tirone conversamos normalmente, apenas quero deixar o Palmeiras livre. Está lá assinado. Se o Palmeiras quiser, posso sair amanhã sem ônus ao clube. Da minha parte está assinado e entregue ao presidente – assegurou o técnico.
Felipão insistiu que isso não significa uma eventual saída antecipada do clube. O comandante tem contrato até dezembro de 2012, e a diretoria já manifestou o desejo de renovar por mais tempo, até para que seja ele o comandante na inauguração da Arena Palestra, prevista para abril de 2013.
- Claro que ele (Tirone) entende que não é o momento de assinarmos isso, não quer, diz que o projeto é para muito mais tempo. Fico contente com isso, mas está lá assinado pra que o Palmeiras faça uso quando quiser – ressaltou Felipão.
A atitude acabou acalmando o técnico do Palmeiras, normalmente irritado com críticas de conselheiros e outras pessoas do cotidiano alviverde. Por isso, Felipão finalizou o assunto em tom de piada.
- Naquele dia respondi que estava de saco cheio, agora já estou de saco vazio.
Quando chegou ao clube, em julho de 2010, Luiz Felipe Scolari fechou contrato com multa rescisória estipulada em R$ 5 milhões, valor que cai conforme o tempo de vínculo cumprido – quanto maior a proximidade do fim do contrato, menor a multa.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Orgulho de ser Palmeirense

o Grande Orgulho de Levar essa Nação dentro do nosso Coração!

Um dia Qualquer

Esse é pra qualquer time se motivar!

Mais um ataque das ratazanas

A notícia estourou no início da madrugada: a negociação de Valdivia para o Catar, anunciada na quarta-feira à noite, mas desmentida pelo próprio jogador ontem ao meio-dia, só não se concretizou porque o chileno teria recebido um aumento de 30% em seus vencimentos. Arnaldo Tirone teria tomado essa atitude por medo de ameaças de torcedores, inconformados com a possível saída do ídolo. Tanto a notícia da negociação, bem como a do aumento, foram dadas pelo jornalista Daniel Batista, do outrora prestigiado jornal O Estado de S.Paulo. O jovem jornalista barrigou feio na primeira. E com a última ‘notícia’, na tentativa de consertar a bobagem, piorou sua situação.
Ambas são completos absurdos. Na verdade, segundo as últimas informações, há dúvidas até se houve proposta oficial por Valdivia ou se tudo não passou de uma sondagem. As ratazanas continuam no ataque. É impressionante a voracidade com que buscam plantar as crises. É revoltante a forma como prejudicam o Palmeiras sem a menor desfaçatez.
Mesmo absurdos, e mesmo já desmentidos, os rumores fizeram estragos no elenco, mais uma vez. É lógico que todos os jogadores se revoltaram com a possibilidade. O chileno é o que mais ganha, o que menos joga, e ainda ganha aumento? Missão cumprida.
Tirone, desta vez, foi vítima direta da armação. Se não tomar uma atitude imediatamente, no sentido de selar a entrada na Academia de Futebol a essas figuras, que ele sabe muito bem quem são, estará vestindo o pijaminha listado de azul e branco em público. Já passou da hora de iniciar o processo de desratização.
A se lamentar a postura do jornalista Daniel Batista e do jornal O Estado de S.Paulo. Mas credibilidade é assim: muito difícil de se conquistar, e ridiculamente fácil de se deteriorar. Cada um com a sua.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Crise da vez: Valdivia e o Al-Sadd

Valdivia voltou lesionado da seleção chilena e desfalcará o time pelos próximos 30 dias, segundo a previsão do departamento médico. Isso significa que Felipão não poderá contar com o jogador por pelo menos mais seis partidas. A quinta contusão do chileno desde que voltou ao clube há cerca de um ano, somada à proposta do Al-Sadd, parece ter minado de vez a paciência da diretoria e de parte da torcida.
Nas decisões de vaga contra Goiás, SCCP e Coritiba, ele esteve ausente (contra o Small Club só jogou dez minutos). Nos custou três eliminações. Sempre lesionado, tem a seu favor o argumento óbvio que ninguém se machuca porque quer. Contra si, o fato de que nenhum jogador se lesiona tanto, e isso só pode estar relacionado a seu comportamento nos processos de prevenção e recuperação. Não é problema de tendência natural do jogador, já que nas passagens anteriores, sempre esteve inteiro, ao contrário, por exemplo, de Lenny e Pedrinho, bichados durante toda a carreira.
Falar sobre Valdivia é complicado, pois é um ídolo da torcida. É inegável, é ídolo. Não se trata de compará-lo a Evair, Jorge Mendonça, Ademir da Guia, entre tantos outros. Valdivia é um jogador do século 21, e é um ídolo do século 21. As reações dos torcedores quando se fala nele atestam. Mas mesmo assim, não podemos nos furtar a cobrá-lo só por essa condição. Uma coisa não vai mudar no século, 21, nem no 22, nem no 23: ninguém é maior que o Palmeiras.
Valdivia tem tido um comportamento de pouco comprometimento no dia a dia. Sendo o maior salário do clube, é claro que isso repercute no elenco. Os mais novos, os mais velhos, os que ganham menos e os que ganham mais, todos acabam sendo influenciados. Essa atitude – ou falta dela – tem sido muito nociva ao ambiente da Academia de Futebol.
A mentalidade curta da diretoria com relação a dinheiro, mais a chegada da tal proposta do Catar, fechou o pacote explosivo. A proposta era real. Empresários buzinaram na orelha do jogador dizendo que a diretoria não o queria mais. Ele mordeu a isca e disse que então queria sair também. A diretoria recuou, dizendo que queria mantê-lo (e as razões desse vai-não-vai ainda permanecem obscuras). Ele então também voltou atrás, e disse que quer ficar.
A diretoria ficou no chove-não-molha, deixou vazar a negociação para depois recuar, e aumentou o problema. Negociou, não vendeu porque não quis, e deixou estourar a polêmica. Um jornalista irresponsavelmente deu a transação como fechada, e piorou a situação. Os torcedores se revoltaram, o jogador se expôs no maldito Twitter, e depois ainda foi à TV Bandeirantes se explicar – onde se saiu muito bem, prometeu que vai continuar tentando melhorar e corresponder às expectativas, afirmou que não sai; só não disse como vai mudar essa rotina de contusões.
Entra ano, sai ano, e o cenário é o mesmo. Jogadores muito bons chegam, não rendem o que podem, e saem chutados. Tivemos os três melhores técnicos do país na sequência, e não virou nada. A culpa é de todos. Da diretoria não proporciona um ambiente saudável na Academia de Futebol. Da comissão técnica que não consegue colocar os jogadores na linha. E dos jogadores não se esforçam o suficiente para preservar o ambiente, e agem sempre colocando seus interesses pessoais na frente dos coletivos.
No limite, o responsável é sempre o presidente. Mustafá, Della Monica, Belluzzo e Tirone. Uns mais, outros menos. Uns bem, outros mal intencionados. Uns por ação, outros por omissão. Se o ambiente de trabalho na Academia de Futebol está deteriorado, a responsabilidade é de quem comandou o clube desde a saída da Parmalat, quando tudo funcionava perfeitamente bem.
Quanto a Valdivia, ele fica até a próxima proposta. O episódio serviu para escancarar algumas facetas. Não seria ruim se ele tivesse saído. Quem entraria no lugar dele? Honestamente, ele não ocupou lugar nenhum até agora, estamos indo de Patrik, Tinga e Luan já faz mais de um ano. Mas já que vai ficar, depois de toda a pressão exercida sobre ele pela diretoria, comissão técnica e torcida, que seja para jogar bola. Que trate as lesões com seriedade e responsabilidade, e voltar a entrar em campo como peça decisiva, disputando longas sequências e ajudando a dar padrão de jogo ao time.
Ninguém nunca se esquecerá de 2008. Dos chutes no vácuo, do chororô, do tchupa bambi, enfim, de toda a alegria que ele nos proporcionou. Mas a partir do momento em que ele voltou ao clube, ganhando um alto salário, deve ser sempre cobrado, não importa seu passado. Desleixo e falta de comprometimento jamais podem ser tolerados. A gratidão fica para a aposentadoria. Nós, torcedores, queremos que ele faça tudo de novo ainda em 2011, e até 2014, quando acaba seu contrato. Queremos, e exigimos.

Atlético-PR 2×2 Palmeiras

Empate, empate, empate. Mais uma vez, com o jogo praticamente ganho, o Palmeiras acabou levando o empate e não teve competência para buscar a vitória. Desta vez, há o agravante de ter jogado parte do primeiro tempo e todo o segundo tempo com um jogador a mais. Sem criação, e cometendo erros básicos de falta de atenção, o time jogou mais dois pontos pela janela. E segue o melancólico fim de 2011.
Felipão apostou em Chico no lugar de Marcio Araújo, pensando nas bolas aéreas. Com o gramado do Atlético em mau estado, o mais certo realmente seria apostar mais do que nunca nas bolas paradas. E o Palmeiras entrou com muita disposição, mandando no jogo, tomando conta do meio de campo e não deixando o Atlético articular nada. E o domínio só não foi maior porque os jogadores do adversário estavam muito nervosos, obrigando o árbitro a marcar muitas faltas e travando demais o jogo. Assim, as chances nas bolas paradas foram surgindo, uma após a outra. Aos 14, saiu o primeiro: falta na intermediária pelo lado direito, todos esperavam pelo cruzamento de Assunção, mas ele acionou Kleber pela direita, e só então veio o cruzamento, preciso, na linha da pequena área; Henrique testou firme e abriu o placar.
O Atlético então saiu mais para o jogo, mas não tinha a menor capacidade ofensiva e vivia de esticar bolas para seus atacantes. O jogo estava ganho já no primeiro tempo, só faltava o Palmeiras converter a superioridade em gols. Centenas de bolas foram levantadas na área do Atlético, muitas vezes ela ficou viva na pequena área, mas não aparecia aquele pé para enfiar para dentro. E numa das esticadas do time da casa, acabamos levando o gol. Bola longa para Adailton, Luan, que veio cobrir Cicinho, chegou atabalhoado e atropelou o atacante sem a menor necessidade. Falta batida alta; Marcos espalmou para escanteio. Na cobrança, novo desvio para a linha de fundo. Nova cobrança, primeiro pau, Assunção jogou de atacante e apenas resvalou; Guerrón fechou no segundo pau e fez um gol muito fácil.
Logo depois do gol, o lance que deixou o jogo novamente à nossa mercê: Cléber Santana deu uma tesoura por trás em Luan, pegou bola e o jogador, e o juiz deu falta e cartão, corretamente. O jogador do Atlético não gostou e aplaudiu o juiz ironicamente, e levou o vermelho. Era a deixa para nossos laterais aparecerem. Faltavam dez minutos para o fim do primeiro tempo, e o Palmeiras continuou levando algum perigo nas bolas paradas, até que o árbitro encerrou o primeiro tempo.
Mas num escanteio, aos oito minutos, o gol que deveria ter selado o destino do jogo: Marcos Assunção cobrou, Luan cabeceou no meio do gol, o goleiro deu rebote e Fernandão, dentro da pequena área, fez o segundo. O Atlético, com um a menos, não tinha a menor perspectiva de fazer o segundo. Mesmo com o Palmeiras desperdiçando uma sequência de chances de matar o jogo, parecia que desta vez não deixaríamos a vitória escapar. Em dia que até a seleção brasileira de basquete ganhou da Argentina, não íamos dar esse azar de novo.
Hoje não, hoje não… Hoje sim. Hoje sim? Falta no campo de defesa. Mais uma vez, esticão para Guerrón, àquela altura, o único atacante do Atlético. Henrique raspou na bola, Leandro Amaro não acompanhou de perto, Marcos saiu desesperado e tocou no equatoriano, que desabou. O juiz, pressionado, meteu na cal; Marcinho Porpeta manteve a tradição e marcou, empatando o jogo mais uma vez.
Felipão tentou mandar o time pra cima trocando Fernandão por Ricardo Bueno e Patrik por Tinga. Ficou pior: Bueno não faz a referência na área tão bem, e Tinga nunca vai melhorar coisa nenhuma. O time continuou dependendo apenas das bolas paradas, e passou até a forçar as faltas em vez de tentar jogar bola; o juiz não entrou nessa malandragem e assim foi o jogo até o final, melancolicamente.
O time mostra que pode ser superior a qualquer adversário, mas não faz gols. Quando faz, a defesa, sempre sólida, toma gols por desatenção. E assim segue o Palmeiras, empatando, empatando, empatando. Ganha uma ou outra em casa, acaba perdendo uma ou outra fora, e a campanha rumo ao oitavo lugar segue a passos largos. O próximo jogo é contra o Inter, no Pacaembu, e Kleber tomou o terceiro cartão, e se junta a Valdivia na turma da pipoca, no domingo. Vai dar empate.

Atuações:

Marcos: não teve trabalho. A se questionar a saída sobre Guerrón no lance do segundo gol. 6
Cicinho: ótimo primeiro tempo, mas retraiu-se no segundo, exatamente quando deveria ter aparecido mais, devido à vantagem numérica em campo. 6
Thiago Heleno: além da segurança, mostra-se muito forte no bate-boca, se impondo e não entrando na pilha. Teve que sair por causa do cartão. 7,5
Henrique: é triste constatar, mas também vem cometendo um erro grave por jogo. A diferença para Maurício Ramos é que no resto do jogo vai muito bem. 5
Gabriel Silva: também se omitiu no segundo tempo, e mesmo quando apareceu, quase sempre fez tudo errado. E devia estar no Guerrón no primeiro gol. ZERO
Chico: mais uma ótima partida, o maior responsável pela absoluta nulidade criativa do Atlético. 8,5
Marcos Assunção: de seus pés saíram as jogadas dos dois gols – muito mais o segundo. De sua cabeça saiu o primeiro deles – mas foi um certo azar. 6,5
Patrik: como acontece sempre que fica como o único responsável pela armação, não dá conta. Sua função é jogar encostado no cara, não ser o cara. 4
Luan: desta vez suas jogadas atrapalhadas não contaram com a sorte – ao contrário, foi tão azarado que a falta pierresca que fez no primeiro tempo causou a sequênca do gol. 4
Kleber: brigou, como sempre, participou bem da jogada do primeiro gol, e mais uma vez levou um cartão estúpido por reclamação – está fora do próximo jogo. 5
Fernandão: como o jogo não foi muito disputado com bola rolando, apareceu menos, e quando o fez, esbarrou bastante no gramado e na forte marcação. Mesmo assim, deixou um lá dentro. 8,5
Leandro Amaro: não teria quase nenhum trabalho, e numa das poucas em que foi exigido, falhou clamorosamente. 2
Ricardo Bueno: está esgotado o período de adaptação e tolerância com a pouca efetividade. Esta foi a última. S/N
Tinga: entrou e tingou o tempo todo. Como pode esse mesmo carinha ter jogado tanto aquele jogo pela Ponte Preta contra nós? 3
Felipão: pode-se até criticar as substituições, mas daí a gente olha para o elenco e conclui que não tinha muita coisa diferente pra fazer – talvez o João Vítor em vez do Tinga. 5,5

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Hora de assumir o mascote

O lenhador de bonsai e vereador nas horas vagas Marco Aurélio Cunha pediu arrego. Não aguentou as brincadeiras do pessoal do CQC e pediu pelo Twitter ao Marcelo Tas, chefe do programa, que maneirasse nas ‘brincadeiras’ feitas com o SPFC. Vejam vocês mesmos:
Ah, quer dizer que o sempre lépido e faceiro defensor das causas sãopaulinas na mídia, que sempre adorou sacanear os outros, cansou de ser sacaneado? Vejam como o mundo dá voltas…

A solução é mais velha que andar para a frente, caro escafandrista de aquário. Basta assumir a pecha. O Palmeiras sempre se incomodou com a história do Porco. Em 1986, a torcida assumiu o coro, e o mascote, ao lado do Periquito, vem acompanhando o clube desde então, sem qualquer prejuízo ao moral da torcida. Fenômenos semelhantes ocorreram com o Flamengo (urubu) e até com o Santos (peixe) – para quem não sabe, o Santos era chamado pejorativamente de “time de peixeiros”, até que os torcedores inteligentemente assumiram o mascote e hoje não existe mais qualquer provocação.

A torcida, certamente, vai adorar, é a cara deles. Já pensaram? Um enorme bandeirão sendo desfraldado no panetone, com a imagem do bichinho? Ou que tal um gigantesco veadão inflável pululando pelo anel inferior – ou superior – dos sãopaulinos? Seria di-vi-no.

Fica a sugestão, vereador. Leve a seu clube, e seja feliz.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

As ratazanas, as estrelas, e o choque de gestão

O time do Palmeiras mostrou neste domingo que não aguenta pressão. O pênalti perdido por Marcos Assunção pode até ter sido um fenômeno momentâneo, um fato pontual. Mas foi emblemático. Na hora H, o time vai amarelar. Não dá mais para ter esperanças do contrário enquanto algo drástico não acontecer.
O treinador é o melhor do mundo. Felipão pode não ser o maior estrategista do mundo, mas entende, e muito, do riscado. E sua capacidade de gerenciar situações compensa qualquer eventual deficiência. Ir mal em um ou outro jogo não o desabona, acontece com todos os técnicos – basta verificar que, no Palmeiras há 15 meses, Felipão é o treinador há mais tempo empregado entre os que comandam times da Série A.
O elenco, se não é uma seleção – no sentido exato da palavra, não no que a CBF transformou – também não fica devendo a ninguém. O considerado time titular é muito bom, bem equilibrado, com uma ou outra carência. Os reservas estão no nível dos outros times. O Palmeiras tem tudo para estar no bolo, e ir de igual para igual na disputa por qualquer título em nível nacional e sul-americano.
São empresários de jogadores e conselheiros que só pensam em seus interesses próprios. Se coincidirem com os do Palmeiras, ótimo; se não, que se dane. Essas figuras querem cargos e/ou influenciar em negociações que venham a ser lucrativas para eles mesmos, devido a ligações promíscuas com o agentes de jogadores. Os agentes, por sua vez, não pensam duas vezes em orientar seus jogadores para render menos se for interessante forçar uma saída do clube, não importa o momento por que o grupo atravessa dentro de uma competição.
Felipão está cercado por essa tigrada, e não tem em quem confiar. Hoje, abre as portas de sua sala para gente que não devia nem ter acesso à Academia de Futebol. Está mal influenciado, e isso potencializou ao extremo a tensão entre ele e Frizzo, o diretor de futebol que está fechado com Tirone, e que é alvo de todo mundo: primeiro, porque é inerente ao cargo; segundo, porque cometeu vários erros; e terceiro, porque sua cadeira é cobiçadíssima – principalmente por esse pessoal para quem Felipão tem aberto as portas.
O conselheiro Mauro Marques está louco para derrubar Frizzo. Vice-presidente da FPF, quer o cargo, e não poupa esforços: vaza informações para a imprensa terrorista, e chega até a mandar colocar uma faixa dizendo FORA FELIPÃO do lado de fora da Academia, tudo para tumultuar o desempenho do time e conseguir seu objetivo. Ligado a ele, Marcos Bagatella, que quer o cargo do gerente administrativo Sergio do Prado, um dos maiores defensores de se fechar as portas da Academia e blindar o elenco. Se alguém é contra Sergio do Prado, tem o apoio de Mustafá Contursi – Prado é uma das poucas marcas que restam da administração Belluzzo que persiste na função, e que ainda incomoda muita gente.
Os maiores craques do time não demonstram comprometimento. Kleber, sempre orientado por seu agente Giuseppe Dioguardi, declarou por ocasião do episódio frustrado do reajuste salarial e do interesse do Flamengo, que já que não seria valorizado pela diretoria, que também não se sacrificaria mais pelo clube, e que não entraria mais em campo com dores. Após mostrar um exame que revelava um edema, mas que foi sobreposto pelo exame clínico – já que dizia que não tinha dor – agora Kleber sente dores. Os exames não apontam nada, mas ele tem incômodos, que o tiraram do importante jogo contra o Cruzeiro, mas que não o impediram de disputar animadamente o rachão na véspera da partida.
Valdivia, cujo agente é Juan Figger mas que tem um ótimo relacionamento pessoal com Dioguardi, já está no clube também há mais de um ano, e jogou muito pouco: as sucessivas lesões, mais as frequentes suspensões, mais as convocações para a seleção chilena permitiram que o jogador entrasse em campo em apenas 40 das 98 partidas desde a sua volta. A forma com que recebe cartões e as acusações de pouco empenho na recuperação de lesões – incluindo o consumo exagerado de álcool, que retarda a cicatrização – saltam aos olhos, principalmente porque o desempenho do jogador, quando joga, não chega nem perto da expectativa criada.
O ano já foi para o saco. O que vier, será lucro. O time já não precisa mais se considerar refém dos dois ditos craques – enquanto havia perspectivas de almejar títulos, era necessário fazer vistas grossas aos estrelismos das bonecas. Hoje, isso já não precisa mais ser tolerado. São dois grandes jogadores, não existem dez atletas em atividade no Brasil melhores que Valdivia e Kleber, mas sem comprometimento, valem tanto quanto o Tinga. O clube já pode começar a considerar a não contar com os dois para 2012 se algo não for feito para reverter essa tendência.
Estruturalmente, o problema é mais grave. As ratazanas precisam ser exterminadas. As categorias de base regrediram assombrosamente e precisam ser revitalizadas. As portas da Academia só podem se abrir para gente que quer o bem do time. As influências políticas precisam ser controladas com energia por quem hoje tem a caneta: o presidente Arnaldo Tirone. Tudo isso passa pela profissionalização da gestão do futebol, que o clube reluta em adotar. É o choque que o clube precisou levar no início da década de 90, e que veio com a Parmalat. Enquanto isso não acontecer novamente, não adianta termos um Felipão lutando quixotescamente contra tudo e todos. Vamos levar pau campeonato após campeonato. O time pode até chegar perto, mas na hora H, vai falhar, como falhou domingo contra o Cruzeiro, contra o Vasco, contra o Coritiba, contra o SCCP, contra o Goiás, contra o CAG…

Ão, ão, ão, Henrique é…

Mano Menezes e CBF, deixem o Palmeiras em paz. Não queremos ceder jogador para seleção nenhuma. Entregamos o Valdivia inteiro para a seleção do Chile, e ele voltou com uma lesão de 30 dias, mais o tempo de recondicionamento físico.
Não estamos nem aí para a seleção do Ricardo Teixeira, só queremos saber do Palmeiras.
Ah, e se querem saber, o Henrique está jogando bem, mas tem um zagueiro no próprio Verdão jogando mais que ele, que é o Thiago Heleno. Ainda bem que o Mano não assiste aos jogos para convocar os jogadores…

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Na terra dos Beatles e da Abbey Road, nasce outro quarteto da seleção

Famosa rua de Londres foi palco para foto histórica do grupo inglês. Em amistoso com Gana, Mano promove estreia de novo sistema ofensivo

Terra dos Beatles, o quarteto mais famoso do mundo, a Inglaterra mantém fortes ligações com a Seleção Brasileira. Nos últimos anos, a capital Londres tem sido palco de vários amistosos, de estreias, gols importantes... E agora, contra Gana, nesta segunda-feira, será o berço do nascimento de um novo setor ofensivo, formado por quatro jogadores: Ganso, Ronaldinho, Neymar e Leandro Damião.
arte Beatles Abbey Road (Foto: ArteEsporte / Cláudio Roberto)

 



  Desde o fracasso na Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, quando Kaká, Ronaldinho, Adriano e Ronaldo formaram o chamado “quadrado mágico” da seleção comandada por Parreira, esse rótulo dá calafrios nos membros da CBF. Mas é inevitável falar disso, especialmente quando os quatro jogadores atuam no futebol brasileiro, como é o caso desse novo quarteto, a principal aposta de Mano Menezes.


- Temos qualidade, mas não podemos perder a objetividade. Se perder a bola, vai ter de virar marcador. E aí vamos sofrer, porque a característica (desses homens de frente) não é de marcação – alertou o
técnico Mano Menezes.
Ronaldinho Gaúcho no treino da Seleção em Londres (Foto: Mowa Press)Falar em um novo quarteto em Londres é remeter automaticamente aos Beatles. Muito embora eles tenham sido formados em Liverpool, foi na Abbey Road, uma rua da capital inglesa, que foi tirada uma das fotos mais famosas do grupo britânico. E ela foi capa do penúltimo álbum da banda, homônimo à rua, onde fica até hoje o estúdio de mesmo nome.

Um dos principais pontos turísticos de Londres, a Abbey Road recebe muitas pessoas querendo imitar a foto tirada pelos Beatles – o disco foi lançado em 1969. No muro da gravadora, a poucos metros da faixa de pedestre onde John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Star foram clicados, há um muro onde os fãs da banda podem deixar mensagens. Mas ele é pintado de tempos em tempos.
O recado que a Seleção Brasileira quer deixar, porém, é dentro de campo. Mais precisamente no Craven Cottage, campo do Fulham FC, time mais antigo de Londres. Pressionado pela eliminação precoce na Copa América e pelo fato de não vencer adversário de peso, o time de Mano Menezes precisa superar os africanos de Gana para ganhar um fôlego extra na preparação para a Copa do Mundo de 2014.
- Quando pensamos em escolher nossos adversários, pensamos em várias escolas. E a maneira como os africanos jogam é uma necessidade, com sua força física e os jogadores habilidosos como os nossos. Gana é uma referência do futebol africano e teve uma boa colocação na última Copa do Mundo (foi eliminado nas quartas de final) – discursou o comandante da Seleção Brasileira.
Sob o comando de Mano Menezes, o Brasil já fez 13 jogos, com seis vitórias, quatro empates e três derrotas. Nesta segunda-feira, o amistoso contra Gana será transmitido ao vivo pela TV Globo, SporTV e Globoesporte.com. O site também acompanha o duelo tem Tempo Real, às 15h45m (de Brasília).

Luxa e o peido




A coisa não está cheirando bem no Flamengo. Mesmo antes da derrota de ontem para o Bahia, em casa, o ex-time sensação do campeonato já enfrentava uma espécie de crise. Contando, ninguém acredita. O motivo teria sido um prosaico peido durante o início da preleção de sábado. Duvida? Tá aqui ó.
O time se reapresentou na manhã de sábado e, no momento em que começava sua minipreleção antes do treinamento, um ruído inconfundível foi ouvido no campo. Alguém havia soltado um sonoro pum. O traque provocou gargalhadas de alguns jogadores, mas deixou Luxemburgo irritadíssimo.
- Isso é uma falta de respeito! – esbravejou
O treinador disse que a indisciplina era inadmissível e exigiu saber quem tinha sido o responsável. Os jogadores inicialmente acharam que o treinador estava brincando.
Após o treino, alguns jogadores experientes chegaram a se justificar com Luxemburgo
por terem soltado gargalhadas enquanto o técnico falava.
- No começo, pareceu que ia ficar na brincadeira. Mas o Vanderlei ficou p.. da vida – declarou um dos envolvidos no insólito episódio.
O gerente de futebol Isaías Tinoco e o preparador físico Antônio Mello perceberam o clima ruim e tentaram amenizar. Luxemburgo, revoltado, disse que iria para sua sala reservada no CT para que o grupo debatesse e apresentasse o responsável.
- Parecia cena de colégio – disse um jogador.
Renato comandou a conversa com o grupo, mas o culpado não foi encontrado. Após o treino, alguns jogadores experientes chegaram a se justificar com Luxa por terem soltado gargalhadas enquanto o técnico falava. Por mais inusitada que possa parecer, a história deixou um clima tenso na véspera da derrota para o Bahia.
O ambiente do futebol anda muito sensível. Hoje em dia, qualquer peido é motivo para crise.

A vingança de Kerlington

Kerlington assinou com o Cruzeiro e prometeu dar a volta por cima. Não é um Barcelona, mas pra ele, até que tá bom.
No jogo de domingo, ele deu o primeiro passo na retomada de sua carreira.

E pior que ele não jogou NADA…

Palmeiras 1×1 Cruzeiro

O jogo não se resumiu ao lance final. Foi uma sucessão de azares, mais decisões equivocadas, mais erros técnicos que tiraram nossa condição de ter definido o jogo antes. Mesmo assim, o juizão foi lá e apitou de forma inacreditável um pênalti para o Palmeiras aos 46 do segundo tempo. Duvidoso, mas foi. Admito até que na hora, no estádio, fiquei com a sensação de que não tinha sido, mas vendo o vídeo, a falta de Gilberto em João Vítor fica clara. É que já estamos acostumados: o juiz nunca daria. Uia, ele deu!
Vai pra bola o melhor batedor de bolas paradas do país. Pênalti é cabeça. Ele é experiente, tem 35 anos. O goleirinho, de 18 anos, tremia, e caiu como um saco de batatas antes da batida para o canto direito. Era só rolar pro canto oposto. Marcos Assunção não aguentou a pressão e se limitou a fechar os olhos e bater forte – exatamente onde o menino já estava caído.
Ganhamos um Derby há uma semana, mas bastou perder um jogo no meio da semana que a pressão já voltou, e no nível máximo. O problema no Palmeiras, está claro, é o mesmo que devastou o clube na década de 80, e apenas um choque de gestão vai tirar o Verdão outra vez dessa draga. Temos no horizonte uma Arena que pode ser o motor desse choque. Mas um estádio, sozinho, não vai fazer nada.
Kleber treinou normalmente ontem, e correu bastante, deu piques, e tudo indicava que iria para o jogo. Mas resolveu sentir dor no vestiário. Agora ele usa o mesmo expediente que serviu para desmentir a ressonância do Einstein: o teste clínico. Kleber sente dores. Quem foi pro jogo foi Vinicius. O menino fez um primeiro tempo pavoroso, caindo pela direita, foi praticamente um zagueiro do Cruzeiro. Sentindo bastante a falta não apenas de Kleber, mas também de Valdivia, a única jogada do time era a ligação direta de Marcos Assunção para o peito de Luan na esquerda, por trás de Marquinhos Paraná, e seja o que San Gennaro quiser. Com exceção de um ou outro tiro de fora, e do golaço de Fernandão anulado por impedimento (na verdade a jogada já estava parada no cruzamento de Patrik para Vinicius), o Palmeiras pouco ameaçou o gol de Rafael.
Defensivamente, o time foi bem, com boas partidas de Marcio Araújo e Henrique, ajudados pelo posicionamento equivocado de Montillo, como atacante. Sem ligação, a cargo do pífio Roger Galisteu, o Cruzeiro só conseguiu criar num erro de nosso zagueiro reserva: Montillo caiu pela direita e lançou para a área, Mauricio Ramos estava pensando na feijoada de ontem e ficou esperando Anselmo Ramon se antecipar para quase fazer.
O time voltou para o segundo tempo com a mesma escalação, mas a atitude foi diferente, principalmente por parte de Vinicius. O menino pareceu ter percebido que seria uma de suas últimas chances no time, e passou a acertar quase tudo, dando um calor no tal de Gabriel Araújo. E a pressão foi intensa: primeiro num chute de fora de Marcos Assunção, que explodiu no peito do goleiro, depois num escanteio que Luan pegou a sobra e só não fez porque a bola resvalou em Naldo, e numa cabeçada forte de Fernandão após levantamento de Cicinho, que Rafael pegou muito bem.
“A bola pune”: perderam um gol feito aqui, na sequência, gol do Verdão lá – Luan começou a jogada, fez ótima tabela com Fernandão e bateu, Rafael deu rebote e o próprio Luan fez, pelo alto. Beleza de gol.
Aí as pernas dos caras começaram a pesar. Fernandão saiu pra entrada de Ricardo Bueno. João Vítor entrou no Vinicius. E os que ficaram em campo se borravam. A bola queimava no pé de todos. Não se via em campo um time experiente, que cozinhasse o jogo. A bola não parou mais nos pés dos jogadores de verde. Mesmo assim, o esquema defensivo estava bem postado. O estagiário Emerson Ávila já tinha enxergado o óbvio e tirado Roger Galisteu, colocando Kerlington no jogo, e puxando Montillo para a armação. Depois do gol, tirou o lateral-esquerdo e colocou mais um atacante, e o Palmeiras aceitou a pressão.
A jogada começou num apoio errado de Gabriel Silva. A bola foi alçada, e ele subiu uma gilete do chão para tentar ganhar o lance. Deixou a avenida aberta, e Henrique e Marcio Araújo não se decidiram quem ia no cara. Era do Henrique, mas quando ele decidiu já era tarde. A bola, enfim, foi para a área; mesmo assim, havia dois em Montillo, Maurício Ramos e Marcos Assunção. Pois o argentino conseguiu girar, enganou os dois palmeirenses que atrapalharam um ao outro, e bateu; a bola passou por baixo de Marcos – que talvez pudesse ter defendido com o pé – e miseravelmente entrou, aos 40 do segundo tempo.
O resto é História. Os dois pontos que o time deixou de ganhar serão lembrados por muito tempo, são emblemáticos.
O clube precisa de um choque. Os dois ídolos vivem fora do time. O técnico, mesmo sendo quem é, não faz milagres, e é refém desses craques. Quando Felipão comete seus erros, diante desse cenário, eles saltam aos olhos. O time é minado diariamente por conselheiros canalhas e por uma imprensa predatória. O resto, fica na conta dos jogadores de composição de elenco que entram em campo enquanto os craques sentem suas dores.
Lá se vai mais um campeonato. Nem é caso de jogar a toalha pela situação matemática. Sete pontos, em 17 rodadas, é bem tirável. Mas depois de hoje, não adianta achar que dá, porque não dá. Nosso treinador já declarou após o jogo que na atual situação, o time não tem mais nada a perder, já que, com 33 pontos em 21 rodadas, temer rebaixamento ou mesmo ficar fora da Sulamericana, nem fazendo tudo errado. Só temos a ganhar, e pra isso, é hora de correr alguns riscos. Na verdade, já era pra ter pensado nisso antes. De qualquer forma, o time vai seguir no perde-e-ganha, não vai embalar, e o que vier, seja uma vaga na Libertadores, seja um improvável título, já virou lucro. Não dá para esperar nada, apesar do esforço quase sobre-humano de Felipão.
O Palmeiras não pode viver situações de o que vier é lucro. Somos um time que sempre, sempre, tem que estar no bolo de cima, brigando por título. É nosso DNA.
Precisamos de um choque.

Atuações:

Marcos: pegou alguns chutes fáceis de fora. No gol, talvez pudesse ter pego com o pé. Difícil. 6
Cicinho: boa partida, finalmente. Fez um duelo muito intenso com Gilberto durante o jogo todo. Não brilhou, mas fez bem mais que o básico. 7,5
Mauricio Ramos: não jogava havia algumas rodadas, então tirou o atraso. Em vez do tradicional um erro fatal por jogo, resolveu bagunçar em todas as jogadas. ZERO
Henrique: vinha fazendo um partidaço, mas falhou no lance capital. Sua demora em cobrir o Gabriel deu no gol. Em tese, era do Araújo, mas pela posição, era dele. 4,5
Gabriel Silva: participou bastante do jogo, acertou cerca de 30% das jogadas, no olhômetro. Então leva um 3
Marcio Araújo: a sombra das ótimas partidas de Chico lhe fez bem, fez uma bela apresentação. Pena que isso não signifique uma vitória. 8
Marcos Assunção: jogou bem. Marcou, distribuiu, bateu faltas e escanteios bem. Com a bola do jogo, tremeu. Deu até pena. Mas deu mais pena de uma nação de palmeirenses. ZERO
Patrik: taticamente bem, sempre presente como opção de toque, mas pouco acionado. Quando era, não fazia nada extraordinário. Nessa posição, precisamos de brilho. 5,5
Luan: outro que participou demais, e acertou a metade do que tentou. Levaria um cinquinho, mas uma delas foi o gol. Leva 8.
Vinicius: primeiro tempo para esquecer, segundo tempo interessante. Cai na mesma do Patrik: precisamos de gente que decida. 4
Fernandão: salvou-se. Fez tudo o que se espera de um centroavante. Movimentou-se, abriu os zagueiros, cabeceou, fez pivô, tudo certinho. 8,5
Tinga: começou na mediocridade de sempre, depois até que apareceu pro jogo. Na boa, era melhor que desaparecesse. 3
Ricardo Bueno: entrou tímido, nem aos pés do papel desempenhado por Fernandão. Chegou agora, não dá pra exigir muito. S/N
João Vítor: entrou pra congestionar, de repente o time levou um gol. Ele foi pra cima pra resolver. É disso que falamos, alguém que brilhe. A dele, ele fez. 8
Felipão: no jogo, foi bem. Com exceção de Tinga no Patrik, as outras mexidas, por questões físicas, foram corretas. Fazer o que quando se perde dois pontos chutando um pênalti na mão do goleiro nos descontos? Depois do jogo, declarou que agora o time deve correr mais riscos. Demorou. 6,5