Paraná 1×2 Palmeiras
Num
campo muito pesado, o Verdão conseguiu um excelente resultado ao vencer
o Paraná por 2 a 1 em Curitiba, e pode até perder por 1 a 0 no jogo da
volta, daqui a duas semanas em Barueri, que estará classificado. O
natural, depois de ver o potencial do time paranaense, é que o time não
tome dois gols no jogo nem a pau. Mas em se tratando de Palmeiras, eu
não duvido de mais nada, todo cuidado é pouco.
Felipão mandou a campo um time com duas novidades: Mazinho foi o
escolhido para jogar ao lado de Barcos e fez sua estreia; e Bruno
substituiu Deola, numa decisão acertada de Felipão. O time jogou num
4-4-2 disfarçado, já que Mazinho ora caía pela ponta esquerda, ora
voltava para buscar jogo como um ponta-de-lança. É bem provável que isso
tenha acontecido muito mais por indecisão e falta de entrosamento do
estreante do que por determinação do treinador, mas o fato é que
funcionou razoavelmente bem, confundindo a defesa paranista e fazendo
com que o time exercesse um bom volume de jogo no primeiro tempo.
A primeira chance do jogo foi do Paraná, mas num chute de longe: Alex
Alves arriscou e meteu a bola na gaveta, mas Bruno foi buscar, com
alguma sobra – é a vantagem de ser muito alto e de ter uma envergadura
realmente avantajada. O Verdão respondeu rápido, numa cobrança de
lateral esperta de Cicinho, que achou Valdivia desmarcado na área; o
chileno, que meteu um bigodaço, matou bonito e passou para Barcos, que
acabou desperdiçando.
Mazinho então passou a se destacar. O atacante se alternava entre o
meio e o flanco esquerdo, e por ser uma completa novidade, surpreendia o
esquema defensivo de Ricardinho Trezentinho. Em sua melhor jogada, aos
19, driblou dois adversários, saiu na frente do goleiro e tocou, mas
Thiago Rodrigues abafou. Mas aos 21 saiu o gol, dos pés de Kid Assunção,
com script mais do que conhecido: falta da intermediária, Assunção
bateu por cima da barreira; a bola quicou no gramado molhado e foi pro
fundo do gol sem a menor chance de defesa.
O Paraná mal conseguia passar do meio-de-campo, e o gol do Verdão
fazia justiça no placar – mas acendeu o time da casa, que passou a
forçar um pouco mais. Numa chegada despretensiosa pela direita, Luisinho
chegou a finalizar quase sem ângulo; a bola bateu na trave com desvio
de Bruno antes de sair para escanteio. Assunção então pediu para sair,
já com um gol na bagagem: sentindo duas pancadas sofridas no jogo
anterior, no pé e na costela, preferiu se poupar e deu lugar a Patrik.
Como que por castigo, o time acabou sofrendo o empate logo em
seguida: depois de jogada pela direita, o cruzamento veio rasteiro, para
trás. A defesa estava mal posicionada e permitiu que Nilson concluísse,
para defesa monstruosa de Bruno, mas no rebote Luisinho acabou
empurrando para dentro. O empate mexeu com nossos jogadores, que
tentaram com bastante vontade recuperar a vantagem ainda no primeiro
tempo: no primeiro, Barcos fez boa jogada e finalizou forte, de
esquerda, mas a bola subiu; e no segundo, Valdivia cobrou bem uma falta
pela direita, Henrique chegou inteiro para o cabeceio mas mandou para
fora. E ficou nisso.
Os times voltaram iguais para o segundo tempo, e o Paraná parecia bem
satisfeito como empate. Com Mazinho deixando de ser uma novidade,
Ricardinho trancou o setor e anulou o jogador, que não fez quase nada no
segundo tempo. As jogadas então cada vez mais se focaram em Valdivia,
que pelo miolo, tentava servir Barcos. O Palmeiras mandava no jogo e
criava bastante, mas quando chegava na entrada da área não conseguia a
sequência e acabava arriscando de fora.
E um fantasma voltou a assombrar o time: mesmo jogando melhor e
dominando o adversário, numa falta aos 18 minutos Douglas Packer mandou a
bola na forquilha, ela felizmente bateu na trave e saiu. Mas o filme
passou na cabeça de todos os palmeirenses: o Paraná faz 2 a 1, o
Palmeiras se perde emocionalmente e toma o terceiro e o quarto. Era só a
bola, em vez de ir na trave, ter entrado. Felizmente, dessa vez não
entrou.
O lance parece ter acordado o Palmeiras, que voltou à carga. Mazinho
conseguiu boa jogada pela esquerda e cruzou, Barcos dividiu com o
zagueiro e a bola foi para o gol – Thiago Rodrigues defendeu no reflexo.
O argentino correu demais e estava extenuado – Felipão então mandou
Fernandão em seu lugar. Apenas dois minutos depois, saiu o pênalti: bola
dominada pelo zagueiro Henrique Alemão, que deu vacilo e permitiu que
Patrik a roubasse, na tentativa de recuperar o tosco zagueiro cometeu o
pênalti. Valdivia em vez de pedir para bater, pediu amarelo para o
adversário, e quase acabou levando um para si. Enquanto isso, Henrique
pegou a bola e colocou debaixo do braço. Ajeitou e bateu, com força,
alto, fazendo o gol da nossa vitória.