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sábado, 17 de setembro de 2011

Assinando um contrato com o Palmeiras

De fevereiro para cá, a gestão Tirone contratou 27 jogadores, entre o time de cima, time B e categorias de base. Há desde coisas muito boas, como Henrique, até absurdos indesculpáveis, como o volante Elizeu. Vamos a um resumo de cada caso.
TIME PRINCIPAL
Maikon Leite, Henrique, Gerley, Fernandão, Ricardo Bueno e Paulo Henrique. Todos são conhecidos dos leitores do Verdazzo, exceto Paulo Henrique, que nunca entrou em campo. O lateral, de 22 anos, veio do Paraná por indicação do empresário José Luiz Galante, velho conhecido desde os tempos em que o diretor de futebol era Mario Gianinni. Com a saída de Belluzzo/Cipullo, o agente chegou chegando, e já emplacou este lateral-direito no Palmeiras. Felipão não pediu, e não o escala nem para o banco. Funciona como um recado na porta: “empresários, sumam daqui”.
TIME B / BASE
Ainda em fevereiro, logo de cara, chegou ao Palmeiras o volante Elizeu. Também é obra de José Luiz Galante. Saiu fugido do Sport Recife, para acertar com o Inter “B”, de onde rapidamente foi dispensado. Passou pelo Botafogo, onde foi chamado pelos torcedores do clube carioca como ‘o pior volante do mundo’. Com todas essas credenciais, o Palmeiras abriu suas portas para o rapaz. Tem 22 anos e jamais entrou em campo nem pelo Palmeiras B. O contrato vai até dezembro de 2012, e ele segue, feliz, disputando animados torneis de bobinho em Guarulhos.
Em março, chegou o atacante Luca, de 17 anos. Tem como atributo mais conhecido ser filho do jornalista Eduardo Savóia. Chegou também o zagueiro Douglas, de 18 anos, que integra o time B, mas ainda não entrou em campo.
Em abril, chegou o atleta Guilherme Almeida. Tem 18 anos, está jogando o Paulista sub-20, e já fez um gol.
Em maio, uma baciada. Inscrito no Paulista sub-20 está o atleta Filipe, de 18 anos. Vieram no mesmo mês  Tony, João Paulo e  André, de 18 anos, e Piazinho (ou Felipe Henrique), de 17. Tony, atacante, vem ganhando algumas chances no Paulista sub-20.
Se em junho não veio ninguém, em julho foi uma festa. Nove jogadores assinaram contrato profissional com o clube, a saber: Hugo Ragelli, fez 16 anos e assinou seu primeiro contrato. O garoto teve ótimo desempenho nas divisões inferiores. Renato, atacante de 17 anos; Vinicius Isepon, zagueiro de 18 anos, e Bruno Gabriel, de 19, também ganharam contratos. Destes, este último, já com idade avançada, precisa ser realmente muito bom para justificar um contrato de 16 meses.
Querem mais? Em agosto, dois jogadores de 22 anos foram contratados: Bruno Rodrigues, atacante; e Érico – não consegui vê-lo em campo, e ninguém soube me informar em que posição joga o rapaz. E por fim, em setembro, um jogador que completa 20 anos em janeiro, Renato Santos, além de outro lateral-esquerdo, Mario, de 18 anos.
Não podemos nos esquecer da baciada que veio no início do ano com o técnico Ladeira, que veio do SCCP e trouxe com ele seis jogadores, já dispensados. Fizeram uma boquinha de alguns meses no Palmeiras o volante André Lamas, 22; os zagueiros Rafael (21) e Nando (20), o volante Leandro Novais (23) e o atacante Marcelo Fernandes (20). Mas essa turma é responsabilidade de Palaia e Pescarmona, ainda no final da gestão anterior – a César o que é de César.
Além desses, e além dos dispensados pelo time de cima, deixaram o Palmeiras em 2011 doze atletas das categorias de base, que tiveram seus contratos encerrados e o clube não teve interesse em renovar. Dois deles mostravam bom potencial e devem ser questionados: os meias Railson e Francinei – este último, destaque nas últimas competições do time sub-20, tinha contrato até o fim de 2012 mas rescindiu, e foi para o Corinthians de Alagoas, clube que consegue encaixar seus jogadores com facilidade em times europeus – como Pepe, que hoje está no Real Madrid. Cheiro de ponte no ar – resta saber o que o Palmeiras ganhou com isso, e por que não fez valer o contrato.
***
Todas as transações que não têm relação com o time de cima, que ficam a cargo de Felipão, devem ser analisadas com muita atenção, e a pessoa a ser cobrada é o diretor Jair Jussio. É ele quem tem que responder por que aplicou recursos em reforços acima de 20 anos, para o time B; é ele quem tem que responder sobre o absurdo caso do volante Elizeu; é ele que tem que explicar por que os meias Railson e principalmente Francinei já não fazem mais parte do elenco do Palmeiras. Aliás, meia-armador é uma posição que está sobrando no elenco do time de cima, não é verdade?
O presidente Tirone também já pode começara pensar a respeito das decisões que tomaram por ele no início da gestão. O coordenador Claudinei Muza vem fazendo seu trabalho, à moda antiga, desprezando toda a metodologia desenvolvida nos dois anos anteriores por Marcos Biasotto, demitido sob a desculpa de corte de custos. Os resultados dos times da base, expressivos na gestão anterior, hoje não animam ninguém. Não há resultados, nem evolução. O time de cima precisa de alternativas, e não tem ninguém nem perto de estar pronto. Mas as contratações para o time B, essas continuam de vento em popa.

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